Quando um dia ruim inspira mudanças

Escrevo hoje no calor da emoção… e não são boas emoções. Tem uma mistura de tristeza, raiva e desesperança. Eu, que me vejo tão otimista, esperançosa, até meio Pollyana, por vezes. Mas hoje esses sentimentos negativos tomaram conta de mim.

O que está por trás disso? Parece ser um conjunto de fatores que quero compartilhar aqui. Estou tendo acesso a informações e dados nada animadores.

A disciplina da pós-graduação em Neurociências e Comportamento que eu estou cursando atualmente aborda o impacto da Tecnologia na nossa vida e em nosso cérebro. Aquilo que já sabíamos – o uso excessivo é prejudicial – agora se concretiza com dados e rostos, ilustrando casos reais, além de estudos que comprovam o impacto negativo que isso tem sobre nós.

De tudo que aprendi e vi ali, me incomodou muito pensar para onde vamos. Qual será o nosso futuro como seres humanos em um caminho que parece sem volta? E digo isso pelo fato de perceber mais uma normose – aquela tal doença da normalidade, que foi tema do meu TCC em Psicologia Transpessoal. O fato de algo se tornar comum, passa a ser considerado normal e começamos a viver no piloto automático, sem questionar ou perceber, de forma inconsciente. Esse é o grande perigo das consequências que a tecnologia já está tendo em nossas vidas.

É verdade que há coisas maravilhosas nesse “novo mundo” e eu faço uso sim de muitas delas. Mas o custo de tudo isso, talvez ainda não esteja claro para nós. O professor Cristiano Nabuco trouxe uma frase que me impactou: “Os únicos mercados que chamam os seus clientes de usuário são das tecnologias e das drogas”. No mínimo algo para se pensar…

Além disso, depois de uma reunião inspiradora, às 20hs de uma quinta-feira, com pessoas voluntárias e engajadas em promover o crescimento profissional de mulheres, tomei conhecimento da fala de uma pessoa – homem – pública, no mínimo, machista, que ganhou grande repercussão, principalmente no dia seguinte.

Foi um soco na cara, por mais clichê que isso possa soar. Como é possível? Isso encheu meu coração de tristeza e desânimo em relação ao que realmente podemos fazer para enfrentar algo tão estrutural? Será que os nossos esforços têm sido em vão? Quando será que veremos mudanças de fato? Imagino o número de pessoas que também pensam como ele, mas não falam, ou não tem o mesmo alcance.

Choro, respiro, choro de novo. Nesse dia, me deixei abater… Mas, cercada de amigas, colegas, e outras pessoas que de alguma forma buscam mudanças, esperei o dia passar para recomeçar.

Não quero terminar este texto com tristeza e desânimo, como me senti ao final daquele dia. Mas sim dar voz aos dias ruins e tentar, no mínimo, impactar outras pessoas para que juntos, a gente transforme essa realidade.

É disso que precisamos. E aqui estou, seguindo em frente. Aqui segue a Âme, no caminho da nossa própria consciência, autoconhecimento, em busca de aprender, de nos desenvolvermos como seres humanos e profissionais. Em busca de transformações.

Respiramos, e seguimos tentando. Não há outra opção.

Rafaela Ferraz

fundadora da Âme

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